Acreditaram em mim
Há vários anos eu tenho trabalhado direta ou indiretamente com jovens. Existem muitos desafios inerentes ao trabalho com juventude, como por exemplo o de manter-se sempre atualizado, pois quando menos se percebe, já ficamos para trás. Porém, tenho observado que mais desafiador ainda é não esquecer que um dia já fomos, nós mesmos, jovens.
A minha própria experiência me ensina muito. Eu me converti aos treze anos, e sempre tinha muitas idéias e vontade de fazer diferença. Sinto-me muito grata por ter, por providência divina, conhecido a MPC alguns anos depois. Os líderes da MPC (e em especial o nosso diretor Marcelo Gualberto) exemplificaram um princípio que tenho procurado observar e ensinar: acreditaram em mim. Aos dezesseis anos assumi a liderança da MPC em minha cidade, enquanto, para outros, eu não passava de uma “aborrecente”.
Observo que o adolescente em geral transmite aos adultos a ideia de que não quer nada sério, que só quer barulho e diversão e que pouco interesse tem em assuntos espirituais. Alguns adultos sentem arrepios só de pensar em trabalhar com adolescentes. Isto faz com que muitos não acreditem em seu potencial. Mas um dia alguém acreditou em mim!
Saber que acreditaram em mim e ver o que resultou disso é uma lição que nunca quero esquecer. Precisamos ver além das aparências e perceber o potencial dos jovens que nos cercam. Alguém precisa acreditar e dar oportunidade.
Durante o meu ministério com estudantes, observei a mesma história se repetindo vez após vez: meninos e meninas tímidos, tendo a oportunidade de servir ao Senhor através de um clube bíblico da escola. O resultado: após alguns meses, muitas experiências com Deus; após alguns anos, habilidades de liderança desenvolvidas. Tudo porque acreditamos neles e investimos em seu potencial. Vi muitos estudantes que não tinham muito espaço em suas igrejas na adolescência, mas porque nós acreditamos e investimos, acabaram sendo reconhecidos anos depois e até mesmo sendo ordenados ao ministério pastoral.
Muitos adolescentes estão interessados sim nas coisas espirituais, mas não encontram espaço para se desenvolverem. Poucos adultos (e até mesmo jovens mais velhos) realmente acreditam em seu potencial.
Precisamos acreditar que os jovens não são a “igreja do futuro”, mas sim a “igreja do presente”. É preciso acreditar e investir – em treinamento prático e teórico, em discipulado, oração e com o próprio exemplo. É preciso particularmente desafiá-los a evangelizar na escola, para que possam ter experiências com Deus e crescer espiritualmente. Este aspecto é de importância incalculável!
Como já foi dito certa vez, a juventude é a fase “mais estratégica do resto de nossas vidas”. Então, não perca esta oportunidade! Acredite e invista!
Nane.
Livro para ler: A PRÓXIMA ONDA
