Faça alguma coisa
- Nane Werner
- 3 de abr. de 2015
- 3 min de leitura

Para que os líderes existem?
Lembro-me de quando tinha 12 anos e tentei começar um clube bíblico em minha escola. Eu achava que seria muita pretensão me colocar como a líder do grupo, então disse na primeira reunião: “aqui todos nós somos líderes. Então quem sentir o desejo de trazer uma palavra, traz”. O que aconteceu? O óbvio. Nunca ninguém sentiu este desejo, e sempre era eu que falava. Na verdade, o clubinho não chegou a emplacar, e eu não sabia bem por que.
Hoje está mais claro do que nunca que Deus escolheu agir através de pessoas que influenciariam outras pessoas – que dariam o primeiro passo, e cuja visão de futuro seria o combustível de um coração apaixonado e focado na missão. Eu era aquela pessoa lá atrás quando resolvi chamar meus amigos para começar o clubinho, mas por causa da minha inexperiência eu não entendia que para a ideia avançar eu deveria continuar liderando.
Então, volto à pergunta inicial: para que os líderes existem? Eles existem para “fazer as coisas acontecerem”. Não é suficiente ter o título ou cargo de liderança: é preciso aceitar o “encargo”, o papel que lhe cabe, de mudar realidades, de transformar o status quo, de ser um “inconformado”. Então por que algumas vezes os líderes simplesmente “não fazem nada?”
Isso pode acontecer pela falta de compreensão de seu papel, de maneira que a pessoa tem medo de parecer “autoritária” ao assumir uma postura mais proativa. Não precisa ser autoritária, mas tem que ter autoridade – chamar para si a responsabilidade por aquilo que depende de sua decisão. Liderar é se responsabilizar. Ou talvez seja alguém que tem o título, mas não tem o perfil de líder. Há também aqueles casos em que a pessoa passou muito tempo exercendo a liderança sem pausas para se reabastecer, recalcular a rota, nutrir sua alma num relacionamento contínuo com o Pai, negligenciando o ministério interior da vida devocional – e agora se vê esgotada, amargurada ou simplesmente sem motivação para exercer o seu chamado. É líder, mas nada faz. E por último, esta ausência de liderança pode ocorrer em áreas pontuais, como por exemplo na resolução de conflitos. Costumo dizer que liderar é ser capaz de ter conversas difíceis. Peter Drucker disse uma vez que “as únicas coisas que acontecem naturalmente dentro de uma equipe são atritos, confusão e mau desempenho. Todas as outras coisas são resultados de liderança”. O que ele quis dizer? Que quando o líder se omite, o caos se instala. Em nossa liderança, precisamos ser proativos e encarar os problemas de frente, sem medo. Começar orando por sabedoria e discernimento, é claro, e falar sempre com mansidão como a Bíblia claramente nos ensina. Eu fico impressionada com a assertividade de Jesus com seus discípulos. Ele não deixava nada passar. Se a turma começava a “cochichar” qualquer coisa, o Senhor parava e perguntava: “e aí, minha gente, o que está pegando?” Ele transformava cada ocasião em momentos ensináveis.
Quero terminar lembrando que Jesus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação. A nossa fraqueza não surpreende o Senhor, mas Ele tem derramado do seu Espírito sobre nós e isso é tudo o que precisamos para exercer uma liderança semelhante à dEle. Não precisamos temer. Acima de tudo, devemos lembrar que Deus está fazendo através de nós – somos apenas instrumentos, e quando entramos em ação, nos juntamos a algo maior que nosso Deus já está fazendo.
Portanto, se Deus já lhe apontou o caminho, não seja omisso. Faça alguma coisa!
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